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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cine Sopapo nesta sexta-feira

O Cine Sopapo retorna nesta sexta-feira, 23 de agosto, às 15h30min com o documentário MARIGHELLA.

 

O Quê: CINE SOPAPO

Filme: Marighella (2011), Documentário 96min

Onde: no Quilombo do Sopapo, Avenida Capivari 602, Bairro Cristal

Quando: sexta-feira, 23 de agosto, 15h30min.

Acompanha: PIPOCA




Líder comunista, vítima de prisões e tortura, parlamentar, autor do mundialmente traduzido  "Manual do Guerrilheiro Urbano", Carlos Marighella atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre os anos 1930 e 1969, e foi considerado o inimigo número 1 da ditadura militar brasileira. Mas quem foi esse homem, mulato baiano, poeta, sedutor, amante de samba, praia e futebol, cujo nome foi por décadas impublicável? O filme, dirigido por sua sobrinha, é uma construção histórica e afetiva desse homem que dedicou sua vida a pensar o Brasil e a transformá-lo através de sua ação.

 

A ousadia de Mariguella foi marcada também na escola em episódios como o que está abaixo:

 

Marighella era aluno do 5º ano no Ginásio da Bahia quando, em 23 de agosto de 1929, respondeu em versos a uma prova de física. Foi a primeira de uma série. Tirou nota dez e a prova ficou exposta, no corredor do colégio, até 1965. Mais tarde, foi incluído no livro Poemas: Rondó da Liberdade (São Paulo, Brasiliense, 1994).

Por Carlos Marighella


Capa de Poemas: Rondó da Liberdade
Capa de Poemas: Rondó da Liberdade

Ginásio da Bahia aos 23 de 29 deste oitavo mês.

Doutor, a sério falo, me permita,
Em versos rabiscar a prova escrita.

Espelho é a superfície que produz, Quando polida, a reflexão da luz.
Há nos espelhos a considerar
Dois casos, quando a imagem se formar.

Caso primeiro: um ponto é que se tem;
Ao segundo um objeto é que convém.

Seja a figura abaixo que se vê,
o espelho seja a linha betacê.

O ponto P um ponto dado seja,
Como raio incidente R se veja.

O raio refletido vem depois
E o raio luminoso ao ponto 2.
Foi traçada em seguida uma normal
o ângulo I de incidência a R igual.

Olhando em direção de R segundo,
A imagem vê-se nítida no fundo,
No prolongado, lu minoso raio,
Que o refletido encontra de soslaio.

Dois triângulos então o espelho faz,
Retângulos os dois, ambos iguais.

Iguais porque um cateto têm comum,
Dois ângulos iguais formando um.

Iguais também, porque seus complementos
Iguais serão, conforme uns argumentos.

Quanto a graus, A+I possui noventa,
B+J outros tantos apresenta.

Por vértice opostos R e J
São iguais assim como R e I.

Mostrado e demonstrado o que é mister,
I é igual a J como se quer.
Os triângulos iguais viram-se acima,
L2, P2, iguais, isto se exprima.

IMAGEM DE UM PONTO

Atrás do espelho plano então se forma
A imagem, que é simétrica por norma.

IMAGEM DE UM OBJETO

Simétrica, direita e virtual,
E da mesma grandeza por final.

Melhor explicação ou mais segura
Encontra-se debaixo na figura.


Transcrito em: Edson Teixeira da Silva, Júnior. Carlos: a face oculta de Marighella. Dissertação de Mestrado em História Social do Trabalho, Universidade Severino Sombra, Rio de Janeiro.

Segue o video clip da trilha sonora do Documentário:



Carlos Mariguella

Racionais Mc's

A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)
Protetor das multidões
Três encarnações de célebres malandros
De cérebros brilhantes
Reuniram-se no céu
O destino de um fiel, se é o céu o que deus quer
Consumado, é o que é, assim foi escrito
O mártir, ou mito
Um maldito sonhador
Bandido da minha cor
Novo messias
Se o povo dormia ou não
Se poucos sabiam ler
Iam morrer em vão
Leso e louco sem saber
Coisas do Brasil, super-herói, mulato
Defensor dos fracos, assaltante nato
Ouçam, é foto e é fato há planos cruéis
Tramam 30 Fariseus contra Moisés, morô?
Reaja ao revés, seja alvo de inveja
Irmão, esquinas revelam a sina de um rebelde, oh meu
Que ousou lutar, amou a raça
Honrou a causa que adotou,
Aplauso é pra poucos
Revolução no Brasil tem um nome
Vejam o homem
Sei que esse era um homem também
A imagem e o gesto
Lutar por amor
Indigesto como o sequestro do embaixador
O resto é flor, sem ter festa eu vou
Eu peço, leia os meus versos, e o protesto é show
Presta atenção que o sucesso em excesso é cão
Quem se habilita a lutar? Fome grita horrível
A todo ouvido insensível que evita escutar
Acredita lutar, quanto custa ligar?
Cidade em chama, vida que se vai por quem ama
Quem clama por socorro, quem ouvirá?
Crianças, velhos e cachorros sem temor
Clara meu eterno amor, sara minhas dores
Pra não dizer que eu não falei das flores
Da Bahia, de São Salvador, Brasil
Capoeira mata um mata mil, porque
Me fez hábil como um cão
Sábio como um monge
Anti-reflexo de longe
Homem complexo sim
Confesso que queria
Ver Davi matar Golias
Nos trevos e cancelas
Becos e vielas
Guetos e favelas
Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipícios
E vida difícil, oh povo feliz
Quem samba fica,
Quem não samba, camba
Chegou, salve geral da mansão dos bamba
Não se faz revolução sem um fura na mão
Sem justiça não há paz, é escravidão
Revolução no Brasil tem um nome...
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)
Marighella
Essa noite em São Paulo um anjo vai morrer
Por mim, por você, por ter coragem em dizer.
 post: Leandro Anton